quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Triatleta brasiliense, Henrique Siqueira é pego no doping

Atleta é flagrado pelo uso da eritropoietina (EPO), hormônio utilizado para aumentar a oxigenação no sangue, durante Copa do Mundo da International Triathlon Federation
A Confederação Brasileira de Triathlon divulgou na terça-feira que dois triatletas foram flagrados por uso de substâncias proibidas durante a etapa da Copa do Mundo da ITU, realizada em 8 de outubro, em Huatulco, no México. Um dos nomes que aparecem no comunicado da entidade é o do brasiliense Henrique Siqueira. O outro é Raphael Menezes. O triatleta candango, terceiro colocado do ranking brasileiro e 89º do mundo, foi pego pelo uso de eritropoietina (EPO), hormônio utilizado para aumentar o número de glóbulos vermelhos no sangue. A droga turbina o transporte de oxigênio no organismo e, consequentemente, melhora a resistência do atleta (veja arte).

Em um caso raro na história do doping, Henrique, 26 anos, admitiu abertamente que se dopou antes de embarcar para o México. O brasiliense conversou com a reportagem do Correio por telefone, já que está de férias em Campinas, no interior de São Paulo. Com um tom de voz triste, ele enumerou algumas das razões que o levaram a fazer uso da substância. O triatleta disse, ainda, estar muito arrependido pelo que fez.

“Eu fui pego no exame antidoping e agora estou respondendo um processo da ITU. É complicado. Mas eu fui pego. Quando é assim, não tem muito o que falar”, disse, timidamente. “O sentimento é de bastante arrependimento. Estou muito envergonhado. Não vai ser fácil enfrentar o que vem pela frente. Mas isso vai ser um aprendizado. Vou tomar uma punição e é assim que tem que ser”, reconheceu.

Henrique Siqueira disse que não foi influenciado por ninguém para utilizar a EPO. Ele afirmou que a substância foi injetada cerca de uma semana antes da Copa do Mundo do México. O brasiliense não quis falar sobre como adquiriu o hormônio e nem como foi orientado a utilizá-lo. Mas admitiu que sabia do que se tratava a eritropoietina.

“Ciência a gente tem, né?”, disse, pausadamente. “Sabia que ela aumenta os glóbulos vermelhos. Foi um momento de fraqueza meu. É muito complicado… Mas foi uma decisão minha. Ninguém sabia. Estava insatisfeito com a minha realidade. Eu me arrependo muito disso e passar pelas consequências, pela reprovação da sociedade, vai ser extremamente difícil”, contou.

Fonte: correio web